No meu trabalho como educador já apresentei aos meus alunos fatos relacionados a história da Cristandade, do Judaísmo, do Islã, para ficarmos nas três maiores religiões monoteístas deste planeta.
Já pelas vias multimídia, no canal do youtube (http://www.youtube.com/tiagomenta), elaborei uma série de vídeos sobre o Islã e a vida do profeta Muhammad, e também de temáticas envolvendo a Cristandade (Cultura Medieval, Escolástica, História Romana, Reforma Protestante, e agora mais recentemente a Inquisição Católica).
Alguns leitores ou alunos virtuais, ainda não entenderam o sentido, acadêmico, de se discutir o tema "Religião". E me desculpe a franqueza, mas por pura ignorância.
Fé, crença, não são elementos que tenho como intenção tratar aqui, ou mesmo em sala de aula, visto que como educador sei que é positivo e salutar respeitar as opções dos outros (desde que este não se vire para você de maneira a condená-lo aos infernos, como muitos já me condenaram, em ato de intolerância e insignificância intelectual ou mesmo mental). Então de que estou falando? Do simples, da religião enquanto cultura, política, visão de mundo (Weltanschauung) e principalmente enquanto corpo institucional (com regras, normas de conduta/ética, hierarquia, doutrinas, organização, historicidade).
Alguns poucos, cegos, já me colocaram a burca na cabeça e me rotulam como muçulmano, outros apontam o dedo para mim e já me vislumbram como um apaixonado pastor com uma bíblia protestante sob os braços, e há os que entendem que seja eu um católico mais crítico, mais próximo de mentes como a de Leonardo Boff (cultuando um retorno ao Cristianismo Primitivo, de opção pelos pobres do mundo). Não, não, não, todos errados.
O amigo professor aqui, a duras penas, como sempre é, é ateu.
O Deus Cristão, Jeová, apresentado para mim enquanto criança, e não só apresentado mas imposto pela pressão familiar (maquiada de socialização) não me conquistou, e com o tempo foi se mostrando inviável enquanto entidade.
O islã, com sua riqueza nascente, em meio a uma Europa capenga ao longo dos séculos medievais, não apresenta algo muito diferente em seu Alá, e também não conquistara o amigo aqui.
O judaísmo e sua histórica arrogância, substancializada no Estado de Israel (um país artificial no seio do Oriente Médio e do Mundo Árabe), não me atraiu também - mesmo com todo o esforço empreendido em Hollywood para convencer-me do contrário, usando como arma mortal a piedade universal diante dos absurdos e grotescos eventos cometidos durante o Holocausto nazi-fascista.
Assim, só me resta a solidão, e o ateísmo é um ato de coragem também pela solidão que evoca, que acaba por nos punir.
Em países como os Estados Unidos somos considerados verdadeiras ameaças e a população americana diz em pesquisas que não elegeria, de jeito nenhum, um ateu no comando da nação.
Contudo, esta solidão não é uma solidão comum, triste. É uma solidão simples, como uma mão solitária que se levanta em meio a uma multidão. Uma mão solitária que se recusa a aceitar tudo pela via da "pronta entrega" metafísica. Uma mão que não negocia com entidades, que deste mundo nada espera senão vivê-lo, em estado de gozo quase diário.
Não faço o tipo Dawkins, de ateísta panfletário, de ateísta show-man, mesmo tendo que reconhecer o brilhante trabalho do biólogo britânico. Eu sou o ateísta silencioso, que abre suas asas, como a coruja filosófica de Palas Atenas, ao cair do sol (como dizia Hegel). Em alguns momentos, após o silêncio do dia, eu alço voo. E é preciso coragem, antes de tudo, para sair da segurança do chão, da galinha boffiniana, e sair por ai como uma verdadeira e feroz ave de rapina. Eu sou Tiago Menta, eu sou uma ave de rapina.
Bom demais, amigo, ave de rapina!!! Você é dez, mil, milhões, bilhões, trilhões!!!Bjussss
ResponderExcluirAmigo, se quiseres, podes indicar o meu blog na tua página (interessantes), eu ficaria muito contente! Se quiseres, é claro!Beijo.
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