quinta-feira, 6 de novembro de 2008

A INTERNET E A ACADEMIA - ANTÍTESES?

O TRABALHO QUE REPERCUTE
"Bom dia Thiago sou professor de geografia, e escrevo esse e-mail para te parabenizar pelo trabalho e dizer que te admiro, e me espelho em você para minha carreira.
Cara, incrível como por meio de aulas no youtube pode esclarecer várias dúvidas e inseguranças que eu tinha, pois com certeza a geografia e a história/filosofia são áreas que se relacionam de uma certa forma uma com a outra... E ter um apoio de um colega de profissão, apenas por generosidade é muito bom.
Um forte abraço
E parabéns!
Amaro Viana"


Este email me foi enviado a alguns dias pelo colega geógrafo Amaro Viana e mostra a boa repercussão que meus vídeos de História vem alcançando nos últimos meses.
Isso só é possível não só porque do lado de cá está um profissional que ama o que faz, que gosta antes de tudo de "ser", no sentido ontológico mesmo, professor...
De nada adianta acumular conhecimento se este não é compartilhado com as pessoas, não para doutriná-las ou para apenas reproduzir o que se sabe, mas para manter o exercício dialético - que é a base da verdadeira educação e do educar-se. Assim, os vídeos, tanto os meus de cunho histórico como do amigo filósofo Paulo Ghiraldelli possuem a sua razão de ser em vocês, ai do outro lado do cpu, que buscam um algo mais da internet!
Tornamos, vídeo após vídeo, postagem após postagem, a internet brasileira um locus do livre pensar, da livre produção intelectual, longe do academicismo que algema as idéias, distancia as pessoas, e que ideologiza.
Não é sem razão que o Paulo diz que só consegue filosofar, no termo real do verbo (como ação), pois está distante da Universidade. Trabalhos como o dele, como o meu (com todas as suas limitações técnicas) não possuem espaço no ambiente oficial, acadêmico. A academia não prima pelo rigor, pelo contrário, ela prima pela reprodutibilidade, pela citação do momento, pela ideologia do momento, pelos textos do momento - isso em História é irritante, ainda mais, pois o historiador é preso a uma série de fontes, primárias ou secundárias, e é obrigado, dentro da academia, a ser uma espécie de "neopositivista".
Quer discutir algo, quer pensar, antes de tudo deve apontar: quais as suas fontes históricas? Qual a sua linha teórica? Que autores pensam como você? Ou seja, amarras, amarras, e muitas amarras.
A internet não comporta isso, ela é democrática por excelência. Tem pessoas, academicistas, acostumadas com os chicotes universitários, habituadas em manter distância do mundo real e das pessoas reais, que querem transformar qualquer debate virtual em debates acadêmicos...imaginem, uma vez um maluco desses me cobrava citações, fontes e tal, em um texto do blog! Oras, vão pentear macacos!
Eu e o Paulo, usando termo político da última campanha a prefeito de BH (do candidato do PMDB) "gostamos de gente", e é com "gente" que queremos ao mesmo tempo compartilhar nossas idéias, impressões, sem perder a abertura e a humildade em ouvir, aprender, a todo o momento. E assim, caros amigos vamos ambos dando, com muita satisfação, dando a cara para bater!
Obrigado a todos que acompanham o meu trabalho.

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