quarta-feira, 1 de outubro de 2008

BOLSAS E PROFESSORES MINEIROS QUEBRADOS!

CRISE FINANCEIRA NORTE-AMERICANA DE 2008
A crise deflagrada nas últimas semanas vem sendo entendida como uma anunciação, quase apocalíptica, de que o tal “Neoliberalismo” derradeiramente encontrara o seu fim. Isso porque o governo de Bush Jr. tenciona, até o momento sem sucesso (hoje negado pelo Parlamento norte-americano), injetar U$ 700 bilhões para salvar o sistema financeiro-bancário dos Estados Unidos, a beira da recessão econômica.

Os anunciadores do fim dizem “ta vendo Tiago, olha o governo pondo a mão, salvando o capitalismo!”, e “o mercado não pode funcionar assim, como bem quer” (o próprio Sarkozi, presidente francês, diz quase a mesma coisa quando aponta que o mercado financeiro não pode continuar numa espécie de laissez-faire).

Uma coisa é certa: o sistema financeiro necessita limitações, mas Sarkozi exagera ao chamar o momento econômico mundial como de típico laissez-faire. O sistema financeiro necessita construir mecanismos de maior controle e fiscalização, de modo a evitar ao máximo as especulações que acabaram misturando dívidas podres com dívidas pagáveis num mesmo bolo, ou como aponta o jargão do mundo financeiro “bolha”, que se positiva quando inchada acaba por causar caos financeiro quando estoura. E é o que ocorreu: a bolha estourou!

Um fator limitador para o plano Bush Jr. é a cultura político-econômica – ou seja, de que estaria o governo norte-americano salvando bancos e banqueiros poderosos da bancarrota, e para isso fazendo uso do dinheiro do contribuinte norte-americano (historicamente muito exigente quanto ao pagamento de impostos/sistema tributário: uma cultura liberal).

A crise é grave, sem dúvida. O abalo é comparado e até entendido por alguns como semelhante ou superior ao que ocorrera em 1929 quando do “Crack” da Bolsa de New York, que jogara os Estados Unidos numa profunda depressão econômica e reforçando a idéia de que o Capitalismo dava sinais, naquela época, de que seus dias estavam contados.

Em curto prazo os norte-americanos entrarão, de cabeça e tudo, num processo de recessão econômica (não de depressão como em 1929), que produzirá uma queda no crédito em escala global. A esta queda no crédito haverá uma desaceleração econômica, pois é o crédito que fomenta grande parte dos investimentos produtivos. Com pouco investimento a economia não cresce, entra em estagnação, e logo vêm as tragédias sociais: queda no consumo, alta do desemprego que reproduz mais estagnação e aprofunda qualquer recessão econômica.

A salvação da lavoura, apontam especialistas, são os países em desenvolvimento, leia-se: o consumo interno chinês, que possui taxas anuais de crescimento batendo nos 10%. E assim os bancos norte-americanos fazem um apelo: consumam camaradas chineses!

RELATO DE UMA GREVE – POBRES PROFESSORES MINEIROS, LITERALMENTE
Entre 28 de agosto de 2008 até o dia 26 de setembro de 2008 os professores da rede estadual de Minas Gerais entraram em movimento de greve – na luta pela implantação do Piso Salarial Nacional de, míseros, R$ 950,00 por 24 horas semanais de trabalho.

Hoje voltamos as nossas salas de aula e qual fora o saldo, efetivo, deste movimento de quase 1 mês? Quase nenhum. E pior, os profissionais em educação agora sentem-se angustiados com a necessidade de reposição das aulas em pleno mês de outubro e com os pagamentos referentes aos dias não-trabalhados (por lei considerada falta justificada).

A situação da educação em Minas Gerais não é satisfatória, nem para alunos, nem para educadores, nem para trabalhadores que fazem serviços gerais, só para o governo Aécio e suas secretarias. Assim, por mais que questione a maneira como esta greve fora conduzida pelo Sindute-MG, não podemos negar que a greve foi mais do que justa.

Nossas escolas continuam recebendo nossos jovens ainda na base do já arcaico “CG”: Cuspe e Giz! Os salários estão muito defasados, muitos professores não possuem sequer um computador ou mesmo condições de comprar livros ou de fazer atividades culturais. Os alunos, quando detectadas necessidades de acompanhamento por parte do Estado, são negligenciados por aqueles que deveriam assisti-los (tente, como professor, conseguir um terapeuta, um assistente social, um fonoaudiólogo, e até um médico para o seu aluno que carece de condições mínimas de existência, a resposta será a mesma – infelizmente, caro professor, as coisas no Estado são demoradas, sabe como é a burocracia). Muitos colegas não conseguem um atendimento médico digno por parte do IPSEMG, que “atende” aos servidores da educação. O Estado de Minas Gerais ainda por cima “efetivou” uma série de profissionais sem concurso público, o que fere lei criada desde os tempos de Getúlio Vargas nos anos 30, e ainda por cima temos a situação absurda que vivem muitos profissionais designados (deixados à própria sorte/insegurança profissional e financeira, e encarados sempre com desigualdade).
E assim amigos leitores tenham as seguintes certezas:
1) a educação mineira não é de boa qualidade.
2) os educadores mineiros vivem situação de penúria profissional e econômica.
3) o governo estadual mineiro é mentiroso.
4) o governo estadual mineiro é uma grande máquina de propaganda.
5) o Sindute-MG fez o certo, deu o tiro, porém acertou o próprio pé.
6) nossos jovens não estão sendo devidamente assistidos pelo Estado de Minas Gerais.
7) nossas escolas possuem estrutura física inadequada.

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