terça-feira, 1 de abril de 2008

BRASIL vs MOSQUITOS; 1964 - 44 ANOS QUE NÃO PODEM SER ESQUECIDOS

BRASIL - A LUTA CONTRA UM MOSQUITO EM PLENO SÉCULO XXI
Hoje, em plenos idos do ano de 2008, já no século 21, nosso país está dentro de uma guerra na qual não consegue sair, a décadas: a luta contra o mosquito transmissor da dengue.
Que isso significa?
Caminhamos, ao contrário do que por exemplo a nossa economia aponta (com seu crescimento de 5,4% em 2007), para um processo de "africanização". Só pode, quando vemos o caos que o povo do Rio de Janeiro está passando, com as pessoas nas filas dos hospitais públicos a espera de um atendimento que não vem com a devida eficácia e velocidade, e assim vamos assistindo, aterrorizados, nossos concidadãos morrerem de dengue a cada dia que passa. Um absurdo.
E quando afirmo aqui que estamos em guerra, não estou exagerando não, basta andar pelas ruas da "cidade maravilhosa", hoje "cidade dengosa", e ver os homens do exército brasileiro acampados para o atendimento da população, já que o nosso sistema único de doença (não de saúde), o SUS, não consegue, como deveria (e muito dos nossos impostos são destinados para esta sucata institucional), atender a nossa sofrida população.
Outras questões são relevantes, por exemplo: há implicações políticas, especialmente na cidade do Rio de Janeiro (governada por um homem do DEM), que facilitam a situação caótica que vive a população e a saúde pública desta cidade - ou seja, enquanto César Maia e Lula ficam se atacando e passando responsabilidades um ao outro o povo do Rio vai sendo picado e assassinado por um relés mosquito. E também: a própria população, possui certa responsabilidade por esta epidemia sim, não nos enganemos - por isso as campanhas de conscientização desenvolvidas nos dias de hoje, afinal o povo ainda não aprendeu a não deixar acumular água pela casa, pelos quintais e pior, acha que quando faz a sua parte já é suficiente e isto não basta, pois se o vizinho ao lado assim não agir de nada adiantará, as pessoas continuarão sendo contaminadas.
E esta questão, de saúde pública, pode ainda se agravar nos próximos anos: tudo indica que o mosquito transmissor está passando por um processo evolutivo, e a cada ano que passa torna-se mais resistente aos arsenais farmaco-biológicos ainda usados para a destruição dos focos do mosquito, ou seja, daqui a pouco nosso instrumental de combate aos focos do mosquito não serão mais eficientes, e nosso país, carente de investimentos em ciência e tecnologia, estará na contramão e sofrerá, ainda mais, com insistentes epidemias de dengue.
A solução, a médio prazo, é uma via dupla: consciência da população e outra política - de entendimento entre as autoridades brasileiras, que em casos de saúde pública devem, em sentido ético, deixar de lado as diferenças ideológicas ou partidárias e agirem no sentido de amparar a população, instrumentalizar a saúde pública e o atendimento desta e além, não medir esforços para aumentar investimentos em pesquisa (para que não corramos o risco de ficarmos sem meios de combater os futuros focos do mosquito, que certamente ainda aparecerão).
Uma lástima.
UMA DATA PARA NUNCA ESQUECER!
Dia 1 de abril de 1964, o Brasil acorda não mais sob comando do Presidente João Goulart, agora exilado, pacificamente, no Uruguai.
O projeto udenista sai vitorioso, em termos. Forças militares, comandadas pelo ministro de Goulart, general Castelo Branco, unidos ao projeto udenista, tomam o poder em 31 de março de 1964, com a justificativa, típica dos anos vividos de Guerra Fria, de que estariam salvando o nosso país das ameaças comunistas, soviéticas, personalizadas na figura do Presidente João Goulart e de seus projetos para o país, como as Reformas de Base e de sua proximidade com setores das esquerdas de nosso país.
Leonel Brizola, cunhado do Presidente Jango, e governador do estado do Rio Grande do Sul, pensava insurgir-se, porém o Presidente Goulart, na típica atitude brasileira "conformista" e "reformista", não impõe nenhuma resistência aos golpistas com o argumento de que não desejava jogar o Brasil num banho de sangue ou numa guerra civil.
Covardemente, Goulart deixa a Presidência, e o dito "Governo Sindicalista" ficou adiado para 38 anos mais tarde, quando o PT e Lula assumiram o comando de nosso país em 2002.
Assim, o período democrático compreendido entre 1945 e 1964, chegara ao fim, com o estabelecimento, inicialmente de um governo transitório presidido pelo general Castelo Branco (que prometia entregar o poder brevemente aos representantes civis), mas que logo, através de Ato Institucional (de número 2), se assumia como governo concreto, comandado pelos militares brasileiros, assumindo como seu primeiro Presidente da República o General Castelo Branco - que governou o país até 1967.
MARCAS DA DITADURA MILITAR NOS DIAS DE HOJE
Algumas são as reminiscências dos 21 anos (1964-1985) de chumbo para a nossa sociedade brasileira atual:
- a corrupção institucional.
- as obras "faraônicas", como a Usina Nuclear de Angra dos Reis, a desastrosa estrada Transamazônica, a ponte Rio-Niterói, que são exemplos de mecanismos de conquista da população, muitas vezes de corrupção/desvio do dinheiro público (superfaturamento de obras).
- endividamento do Estado brasileiro.
- o desencanto com os políticos e com a democracia (ela não funcionaria, para alguns).
- o uso da mídia pelo Estado brasileiro (lembremos do governo Médici, entre 1969-1974, e da criação de uma verdadeira relações públicas da Presidência e de campanhas como as 'este é um país que vai pra frente', 'niguém segura este país', 'Brasil, ame-o ou deixe-o').
- a violência policial e a tortura (presente ainda em nossos presídios e delegacias, ou mesmo nas ruas).













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