quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

50 ANOS DA REVOLUÇÃO CUBANA (1959-2009)

Um dos assuntos que hoje ainda nos remete (e até transporta) aos anos de Guerra Fria (1945-1991) é o debate sobre a situação e a história da ilha caribenha de Cuba, que a completos 50 anos estabelecera uma Revolução social política e social (1959-2009).
Cuba, após a Revolução de 1959, se confunde com seu líder, hoje "afastado" do poder por problemas de saúde: Fidel Castro. E com Castro/Cuba não há "caminho do meio" - ou se ama, ou se odeia.
A ilha de Fidel provoca essa dualidade entre nós, este antagonismo, estes sentimentos de amor ou ódio.
Há argumentos que levam as pessoas a adorar a figura de Fidel e o modelo sócio-econômico ali implantados por ele, da mesma forma que co-existem argumentos contrários a muito do que ali foi feito em nome da Revolução (espécie de entidade metafísica, principalmente no bojo dos anos sessenta).
Sobre este tema não preciso "ficar em cima do muro": a Revolução Cubana tem mais erros que acertos, e na minha opinião não é muito sensato culpabilizar o embargo norte-americano por todos os problemas sociais e principalmente econômicos da ilha.
Quando Fidel, Raul e Ernesto estabeleceram em 1961 um governo Marxista-Leninista, buscando a tutela da URSS, sabiam desde o princípio que o rompimento com os EUA era uma consequência natural. O que muitos não atentam é que a própria opção pelo Socialismo Soviético, depois metamorfoseado em Socialismo Cubano (Castrismo), tem raízes nos ressentimentos históricos que os cubanos construíram com a América, e isto não é sem razão: desde o fim da Guerra Hispano-Americana de 1898 que Washington vinha ditando as regras políticas e econômicas da ilha - vide os golpes de Estado que mantiveram governos autoritários como os de Geraldo Machado e Fulgencio Batista, ou mesmo das algemas econômicas geradas pela produção quase exclusiva do açúcar (e dos lucros que alimentavam os norte-americanos, deixando os cubanos na miséria).
O problema é que o "trem da História" correu, a Guerra Fria acabou, a URSS não mais existe, e o governo Castro mantivera, por opção própria, a ilha isolada, imersa num sonho revolucionário anacrônico. E disto a mitologização de Cuba, como ponto de resistência de uma ideologia que insiste em não morrer na América Latina (graças a miséria e a desigualdade social absurdas).
Se Fidel tivesse largado o osso na década de noventa, iniciando um processo reformador e de transição a uma Cuba mais democrática (em termos políticos), talvez hoje este embargo seria coisa do passado, e os cubanos teriam mais e melhores oportunidades.
De minha parte vislumbro dias melhores para o povo cubano, desde que Raul Castro construa uma "Perestroika e uma Glasnost" caribenhas, sinalizando uma aliança com o governo democrata de Barack Obama e não com figuras infames como Hugo Chavez.
E assim, com erros e acertos, parabéns aos cubanos pelos 50 anos que transformaram a história daquele país.

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