terça-feira, 1 de janeiro de 2008

DIALÉTICA EM PLATÃO, HEGEL E MARX

FIM DA CPMF

Boa notícia para todos neste início de 2008, o fim da contribuição "provisória" sobre movimentações financeiras, CPMF.

CPMF que fora criada ainda no governo Fernando Henrique Cardoso sob tutela do ex-ministro da Saúde, o médico-cirurgião Adib Jatene, que condicionava e justificava a criação deste imposto sobre o custeio e investimentos de nosso Sistema Único de Saúde (SUS).

Qualquer brasileiro sabe, infelizmente, que o SUS naquele momento estava vivendo uma intensa crise, e que depois, mesmo com a criação e vinculação da CPMF, o SUS muito pouco ou mesmo nada avançou - até hoje muitos brasileiros ainda morrem nos corredores dos hospitais ou mesmo na espera por atendimento.

Assim, nos últimos anos, a essência do imposto que era a manutenção e qualidade do SUS foi se esvaindo, se perdendo, e o dinheiro arrecadado pelo Estado ia, pouco a pouco, escoando para outros setores da administração e manutenção públicas (como o bolsa família).

Para desespero do governo atual, os 40 bilhões antes creditados para a gastança institucional (a companheirada, o peleguismo, o fisiologismo, as políticas populistas) agora encontraram o seu derradeiro final - sob as mãos sólidas da base oposicionista de nosso Senado Federal (buscando se reerguer após os tristes e malogros dias em que perdurara o Renangate).

Parabéns aos senadores da oposição, especialmente ao senador do estado do Amazonas: Arthur Virgílio (PSDB), que enfrentara com coragem os anseios nada partidários dos governadores de Minas Gerais, Aécio Neves, e de São Paulo José Serra.

Vai tarde CPMF....


CHÁVEZ E AS FARC - O FRACASSO DO RESGATE.

O coronel venezuelano Hugo Chávez tentou, mas não conseguiu, para bem da América Latina, tornar-se o herói bolivariano do século XXI: tencionando negociar e salvar, diretamente, os reféns mantidos prisioneiros das Forças Revolucionárias da Colômbia/FARC.

Chávez agora, derrotado, tenta jogar a culpa pelo fracasso das missões "internacionais" em território colombiano sobre o Presidente da Colômbia, Alvaro Uribe, desafeto declarado do chavismo e homem próximo do senhor do planeta Terra, Bush Jr.

Quem conhece as FARC, sua história de sangue e terror guerrilheiros, intolerância, apoio ao narcotráfico e seus cartéis (trocando drogas por armas), sequestros, sabe muito bem que com esta "gente" não há diálogo possível.

Anacrônicos, de guerrilheiros socialistas tornaram-se apenas guerrilheiros e hoje não passam de marginais, de uma manifestação "politicada" do já reinante crime organizado.

Creio que os reféns já estejam mortos, sinceramente. Chávez tentou se aproveitar da situação, usando o discurso esquerdista, que pode enganar o pobre e iludido povo venezuelano, ou mesmo os amigos bolivianos e equatorianos, mas na Colômbia não, não "colou" mesmo entre os homens das FARC - tão ou mais brutais e selvagens quanto Hugo Chávez.


MOMENTO FILOSÓFICO - por Prof. Tiago Menta

TEMA - A DIALÉTICA.


Termo usado com regularidade, muitos não sabem ao certo o que vem a ser a "Dialética".

Alguns confundem a dialética como uma espécie de co-relação, de diálogo entre dois termos ou até mesmo entre indivíduos.

Para iniciarmos nossa análise sobre a dialética vale apontarmos as seguintes conceituações: a platônica; a hegeliana; a marxiana.

Para Platão há um exercício muito importante, o exercício dialético que nos possibilita entrarmos em contato com o verdadeiro real, o dito mundo das formas ou mundo das idéias inatas. Bastava ao indivíduo filosofar, seguindo as premissas do mestre Sócrates onde através do diálogo constante entre o ser e a razão acabaria de alguma forma "elevando" o indivíduo a uma condição especial de consciência, de proximidade com o mundo ideal/metafísico.

Assim, segundo as visões socrático-platônica a dialética é um exercício interior e racional do indivíduo, dentro de si mesmo, em busca da plena consciência e do contato com a "Verdade", o "Ideal".

Hegel, filósofo alemão do século XVIII, transcendeu a lógica dialética, até pela forte tradição metafísica alemã (tendo em Kant o seu maior representante).

Para Hegel a dialética está relacionada com a própria realidade das coisas, com sua totalidade. Daí sua co-relação com a História, que nada mais seria senão o movimento da totalidade que Hegel chamava de "Espírito". E a ação do "Espírito", o seu movimento, em direção a si mesmo, numa auto-consciência cósmica, se daria em termos dialéticos (tese+antítese=síntese/nova tese+nova antítese=nova síntese e assim sucessivamente).

Mas o que poderíamos traduzir como tese? E antítese ou mesmo a síntese?

A Tese é como uma proporção ou mesmo um termo inicial, este produz e sempre produzirá, a partir de seu interior, alguma contradição, uma força que indica a construção de uma outra tese, pois da relação de um termo inicial com a sua contradição logo teremos um novo termo originário, aqui a síntese que carregaria dentro de si elementos dos seus dois termos fundantes.

Exemplo: A (tese)

Dentro de A forma-se uma contradição/A- (antítese)

Da relação de A (tese) com sua contradição A- (antítese) formaríamos um novo termo = AA- (carregando elementos de A e de A-)

Karl Marx, filósofo alemão do século XIX, um hegeliano por formação, utilizou-se da dialética hegeliana, ou do movimento dialético hegeliano como ferramenta necessária para a compreensão da história - que parecia seguir uma certa lógica verdadeiramente dialética.

Politicamente Marx era um homem de orientações socialistas, mas entendia que o socialismo necessitava de uma base teórica mais sólida e menos idealista. Esta solidez Marx encontrava em seu mestre Hegel!

Apropriando-se de Hegel, Marx transpõe o movimento dialético do "Espírito" para o Movimento Histórico, que sob bases econômicas se conjugará no chamado Materialismo Dialético.

Assim, Marx aplica a proposição (tese/antítese/síntese) nos fenômenos econômicos humanos, invertendo a lógica hegeliana (idealista para uma lógica materialista - trocando o pensamento, a entidade metafísica, para a ação econômica, o trabalho, as necessidades ou mesmo a sobrevivência).

Marx entende que as sociedades percorreriam, historicamente e dialeticamente, o seguintes movimentos:

1) COMUNISMO PRIMITIVO

2) MODO DE PRODUÇÃO ASIÁTICO

3) ESCRAVISMO

4) FEUDALISMO

5) PRÉ-CAPITALISMO/ACUMULAÇÃO PRIMITIVA

6) CAPITALISMO

7) SOCIALISMO/DITADURA DO PROLETARIADO

8) COMUNISMO

E assim, Marx anunciava em seu corpo teórico a derrocada do Capitalismo vivente, e que este caminharia dialeticamente, sob a ação do proletariado (classe trabalhadora, que detinha apenas a sua força de trabalho e não os meios de produção) - este tornado antítese do Mundo Capitalista - rumo a uma sociedade sem classes sociais, após a concentração dos meios de produção nas mãos do grande Estado/Ditadura do Proletariado que em sequencia redistribuiria toda a riqueza aos indivíduos de maneira equânime, extinguindo o próprio Estado e formando uma nova sociedade comunal.














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